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INDICAÇÃO: a partir de 12 anos (leitor crítico)
164 PÁGINAS
A editora Gaivota acaba de lançar uma novela policial juvenil. Tudo acontece
numa cidade do interior do estado do Rio Grande do Sul.
Acompanhe um trecho do prólogo do livro: "DUAS VEZES NA FLORESTA
ESCURA" de CAIO RITER.
SEMPRE HÁ UM NÃO. E UM TEMPO CERTO PARA DIZÊ-LO.
Se Susana soubesse disso, talvez tivesse sido uma filha revoltada;
talvez tivesse gritado, brigado, chorado; talvez tivesse batido o pé
e dito que não sairia de sua cidade, de sua casa, de sua escola.
Diria que não conseguiria viver sem suas coisas, sem seus amigos,
sem as noites na casa da Clara.
Sem a Clara.
Talvez o pai não a entendesse, talvez o pai brigasse ou, o mais
provável, deitasse a cabeça em seu colo de filha e, naquela voz
baixa, mas firme, quase virado em choro, dissesse que ele também
desgostava de sair da cidade, de deixar a mãe dele sozinha, sem o
filho por perto para atender suas vontades de idosa, de deixar a
casa, de deixar para trás os colegas de trabalho, os amigos do
churrasco de final de semana e de torcida do Grêmio.
Eram apenas os dois no apartamento grande já há um ano. A mãe
não recusara a possibilidade de concluir seu doutorado no exterior.
E eu posso? ficou ela perguntando para o marido e para a filha,
como se esperasse deles uma palavra que ela não conseguiria
pronunciar. Jamais.
Eles a abraçaram, queriam sentir-se felizes com a felicidade dela,
mas a dor da separação que se anunciava era faca entrando bem
devagarzinho no dentro dos três.
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Porém, se sempre há um não e um tempo de dizê-lo, ambos sabiam
que também há um momento em que pronunciar negativa ou é
empecilho, ou é burrice, perda de tempo. Assim, nenhum deles
negou-se, aceitaram a transferência do pai de agência bancária - do
mesmo modo que haviam aceitado a viagem de Heloísa - sem nada
falar, como se fosse algo contra o qual não valesse a pena lutar,
tentativa vã, gesto camicase.
Por isso, quando Tobias chegou em casa e deu a notícia à filha,
Susana apenas o abraçou bem apertado, bem apertado mesmo. A
sensação que tinha era de que, a partir do momento em que se
instalassem naquela cidadezinha do interior, quase na fronteira com
outro país, não teriam mais ninguém com quem contar, a não ser um
com o outro.
Todavia não foi bem assim.
Susana é uma adolescente cheia de dúvidas sobre o futuro. Sua mãe está morando,
temporariamente, no exterior para terminar o curso de doutorado. O pai de Susana
recebe uma nova proposta de emprego. Ele e Susana acabam trocando a vida numa
cidade grande pela vida numa cidadezinha do interior, onde, nada de interessante
acontece. Será?
Susana, num período de adaptação, começa a ver a sua vida, que parecia insuportável,
começar a mudar. Susana conhece a Bethânia, o Caetano, a Nicole. Conhece também
o César, um garoto, um tanto estranho, que adora espionar os outros. Tudo ia bem até
que uma tragédia se abate sobre aquela tão pacata cidade. O pior é que tudo acontece
bem próximo de Susana e de seus novos amigos. A solução daquele crime bárbaro
só depende deles. E agora?
"DUAS VEZES NA FLORESTA ESCURA" de CAIO RITER apresenta uma trama cheia
de mistério, que envolve o leitor.Em boa medida, trata, também, da relação pais e filhos,
amigos e paixões.
É interessante observar que a narrativa apresenta duas fases e também, apresenta dois
prólogos. Na primeira fase, quem narra é Susana. Na segunda, a partir do prólogo II, o
suspense ganha a voz de um novo narrador. Esta estrutura e o projeto gráfico do livro
são elementos capazes de transportar o leitor para a cena do crime: uma floresta escura
e sombria. Que medo!
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