sexta-feira, 31 de maio de 2019

A FLOR DO MATO de MARCELO PIMENTEL (EDITORA BERGAMOTA - SELO DA EDITORA POSITIVO)


                                    DÊ LIVROS DE PRESENTE!

                               SITE DA EDITORA: http://www.editorapositivo.com.br


LIVRO (predominantemente) DE IMAGENS

INDICAÇÃO: a partir de 6 anos (leitor iniciante)

48 PÁGINAS

LIVRO SELECIONADO PARA PNLD LITERÁRIO 2018

INDICADO PELA FNLIJ (FUNDAÇÃO NACIONAL DO LIVRO INFANTIL
JUVENIL) PARA O CATÁLOGO DA FEIRA DO LIVRO INFANTIL DE
BOLONHA (ITÁLIA) 2019

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Abrir o livro  A FLOR DO MATO, segundo livro autoral do ilustrador  e designer 
gráfico MARCELO PIMENTEL, é abrir um livro de aventuras, cheio de mistérios.
Nele, o autor explora, predominantemente, a imagem como processo narrativo,
através da sequência de ilustrações.

A FLOR DO MATO resgata uma lenda do folclore da Zona da Mata nordestina e
apresenta uma figura feminina que habita  as florestas  da região e as protege,
atraindo aqueles que entram nas matas sem o consentimento necessário.

A Flor do Mato, personagem lendária do folclore brasileiro, conhecida também 
pelos  nomes  de Comadre  Florzinha  ou  Maria  Florzinha, permite que o leitor
experimente uma proximidade com o imaginário popular brasileiro.

As imagens, do livro A FLOR DO MATO, possibilitam muitas leituras e oferecem
muitas maneiras do leitor contar e recontar a mesma história.


Um menino brinca no quintal de casa e vê  uma borboleta vermelha. Sem se dar
conta do rumo que  as coisas poderiam  tomar,  ele resolve  acompanhá-la. Seu
cãozinho o  segue. O menino nem percebe que está indo em direção à mata. De 
lá, uma menina, com  uma  flor vermelha no  cabelo, o observaAo  encontrá-la,
eles brincam  e seguem  mais  e  mais  para  dentro  da  floresta. Ele  sente  que
está perdido  na  mata. A menina ainda o observa. Como  num passe de mágica, 
uma mecha  do  cabelo  da menina entrega a  flor vermelha  para o menino,  que
'encantado' pela Flor do Mato, deixa cair o seu chapéu. Ele segue na  direção da
menina mata adentro.

Uma borboleta, uma flor, um encantamento...Do fundo da mata, o menino recebe
um misterioso chamado. 


Enfeitiçado, o menino conseguirá se livrar do encantamento?  
O menino conseguirá encontrar alguma ajuda para voltar para casa?
De que maneira esta aventura misteriosa marcará a vida do menino?


ILUSTRAÇÕES:


Interessante, ainda,  é observar  o 'tempo' da narrativa e  os recursos utilizados,
pelo premiadíssimo ilustrador MARCELO  PIMENTEL, para retratar a  passagem
do tempo.  



O autor ao  registrar, em  imagens, as  lembranças  do passado, que  atravessaram
o tempo e não foram esquecidas, lançou mão de traços e das cores preta e branca, presentes nas ilustrações dos livros de cordel, representativos da região Nordeste do Brasil. Foi buscar, também, inspiração  na estética das roupas dos lanceiros do 
maracatu rural, com suas flores  e arabescos. 





Na  primeira  parte do livro, onde  MARCELO  PIMENTEL  registra, com imagens em 
Preto & Branco, o tempo  PASSADO, deu destaque a alguns elementos importantes 
das ilustrações, pontuando a cor vermelha.

Na segunda parte do livro, o autor conduz o olhar do leitor para tempo PRESENTE
e mostra o encontro  do menino, hoje,  já  bem  idoso, relatando ao  neto a aventura misteriosa, que viveu no passado. Para marcar a  passagem  do  tempo,  MARCELO
PIMENTEL, nesta parte, utilizou texto e ilustrações com cores intensas.


O AUTOR: 


ASSISTA AO BOOKTRAILER - A FLOR DO MATO PREPARADO PELA EDITORA POSITIVO:



LANÇAMENTO: ATÉ BREVE, MAMÃE de ANCHIETA ROCHA (PÁGINAS EDITORA)


LIVROS DE PRESENTE!



INDICAÇÃO: Literatura Juvenil

142 PÁGINAS

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Poucos leitores iniciam uma leitura sem conferir a ‘orelha de livro’.  "Uma orelha
é  sempre  um texto de  admiração, não  é um espaço crítico  para  mim. Trata-se, sobretudo, de um texto que se manifesta no campo do discurso amoroso e exige
um olhar terno" explica o escritor Miguel Sanches Neto.  

O texto das orelhas  do livro  ATÉ  BREVE,  MAMÃE, assinado por  Ronald Claver,
é assim:  de saída,  seduz o  leitor  e  o convida a participar da  troca de cartas do  romance epistolar de ANCHIETA ROCHA.



Que tal se inspirar no texto de Ronald  Claver, que apresenta ao  leitor o romance 
ATÉ BREVE, MAMÃE nas orelhas do livro?  
Que tal  conhecer as  histórias  de  vida que  se  entrelaçam em  cartas que vão  
vêm? 
Que tal abrir o livro e ler a primeira carta do personagem  Augusto para sua mãe?



LEIA, AGORA, TRECHOS DA PRIMEIRA CARTA:

        Mãe,

                      A aula mal começou, a universidade  já está em greve.
       E pior,  o restaurante dos estudantes está fechado, e a comida
       na  cidade  é cara.  Eu não queria falar nisso, a senhora já tem
       muito problema. Não esquenta, eu me viro. Lembra do ebulidor
       que pôs  na mala  na  hora   em que  eu estava saindo? Está
       ajudando muito. Quando o negócio aperta, eu quento uns ovos,
       faço um macarrão e vou levando. As aulas podem não voltar
       logo, mas as pessoas da cidade ajudam a gente. Ontem mesmo
       comi na casa de uma mulher que falou que se a greve demorar
       a acabar, eles vão dar cesta básica pros alunos carentes que
       não podem ir pra casa. A viagem pra cá durou dois dias e meio. 
       Não sei quando vou ver a senhora de novo. Deixa melhorar, eu
       junto um dinheiro e vou te visitar.  E o pai deu notícia? E a
       Selminha, quando o menino vai nascer? O cara vai assumir ou
       não?  Essa minha irmã desde pequena eu achava que ia dar
       trabalho.
       
                 Estou começando a ganhar dinheiro trabalhando com
       entrega de lanche. É de moto, mas a senhora não precisa ficar
       preocupada. Aprendi a “muntar”, como dizem os mineiros. Vai
       estranhar também um universitário num emprego desses. Aqui é
       comum encontrar pessoas formadas ocupando os mais variados
       tipos de serviço que nada têm a ver com o que estudaram. Outro
       dia mesmo conheci um taxista agrônomo. Todo mundo estuda.
       As duas filhas da faxineira da minha lanchonete fazem doutorado.

       ....................................................................................................................

                         O alojamento eu não acho ruim, mas aqui em Viçosa 
       faz um frio de rachar. Em algumas manhãs quando vou pra aula e
       vejo as árvores e as montanhas, é até bonito. Parece que é noutro
       país, daqueles que aparecem nas gravuras das folhinhas, tudo
       branquinho por causa da neblina. Na universidade tem gente de
       tudo quanto é lugar.
       .....................................................................................................................

       Mas tem hora que é triste, mãe, muito triste. Dá vontade de chorar.
       Tem hora que dá medo. Medo de tudo. Às vezes acontece cada uma,
       igual semana passada que encontraram o corpo de um estudante 
       boiando na lagoa,  na frente do alojamento. Eles  falam que foi 
       suicídio. Aí a coisa aperta. No Natal foi pior. Quando chegou de noite, 
       as luzes de enfeite dos prédios tudo piscando, a gente imaginando 
       as pessoas lâ dentro conversando na maior alegria, música vindo
       de tudo quanto é canto, e eu lembrando, criança ainda, o pai vivendo
       em casa ainda, tudo bom, tudo feliz naquele tempo, da turma aqui,
       um silèncio de endoidecer no alojamento, uma chuva miúda caindo,
       e nós enchendo a cara (não precisa esquentar - foi só no Natal) 
       porque tem hora que o estômago dói, mãe, não é de fome, é de
       saudade. De saudade e de solidão também. Eu sei que não devia
       dizer essas coisas, desculpa, eu não tenho mais ninguém pra contar
       o que pega fundo. A senhora tem minha irmã aí. Mesmo desmiolada 
       serve de companhia, uma vai encostando na outra. Já escolheram 
       o nome do netinho? Ela quer menino ou menina?
                   
                           Pra terminar e não falar só de coisa ruim, tem uma menina 
        aqui, Lúcia,  eu estou a fim dela. É da Nutrição. do tipo que qualquer 
        sogra ia  gostar: meiga, simples. Mora no alojamento também. Em
        algumas noites - e as daqui são bonitas, dá pra ver o céu de um lado 
        ao outro da cidade - , a gente vai pro campus e conversa muito tempo
        sentado na grama. Outro dia, o friozinho chegando, joguei minha 
        jaqueta nas costas dela e ficamos. De repente, uma estrela arranhou o
        céu e caiu lá pros lados dos eucaliptos. Lembra, eu pequeno, a senhora
        falando que quem via estrela cadente dava verruga nos dedos.

                                                                                                      A bênção, mãe.


Augusto,  rapaz   pobre,  deixa  a cidade  mineira  de  Serra  Morena  para estudar  na Universidade Federal  de  Viçosa (MG).  Isto acontece na segunda  metade  do século
passado (1950/1999), quando a prática da troca de cartas era muito usual. 

São pelas cartas do universitário Augusto, que os leitores, do romance epistolar ATÉ BREVE MAMÃE, de  ANCHIETA ROCHA, são apresentados a cada personagem desta  envolvente narrativa.
  
Ao acompanhar a trajetória de Augusto, através da troca de cartas, os leitores, pouco
a   pouco,  mergulham  no  universo   do  personagem,  tornam-se  seus  cúmplices  e passam a viver  seus  segredos, medos, sonhos  e expectativas em relação ao futuro.

Cartas vão e cartas vêm. Elas fluem e trazem para  o jovem  Augusto conselhos de D.
Olga, sua mãe; as  lembranças da  irmã Selma  e  do sobrinho Felipe; o carinho da tia
Ângela  e  a admiração do  primo  Marcos. Elas, também, levam noticias de Augusto: 
de como ele vive  no  alojamento da Universidade;  de seu  patrão camarada e do seu
trabalho; de  seus amigos;  de seu  professor confidente; da  namorada  Lúcia, assim
como da saudade profunda que ele sente da família e de casa.

Às vezes, as cartas do livro funcionam como uma lente de aumento, que, quando  se
aproxima dos   personagens   retratados,  revela   dúvidas,  insegurança,  ansiedade,
divergências, opiniões e saudade... muita saudade. As cartas resgatam lembranças e
alimentam, com palavras, o contato com os familiares.



ATÉ  BREVE,  MAMÃE  de  ANCHIETA  ROCHA  é  vida que se conta.  
É um livro para o jovem leitor se inspirar e refletir, também, sobre a sua própria vida. 


O AUTOR:

UM LANÇAMENTO DA CEPE EDITORA: A COISA BRUTAMONTES de RENATA PENZANI e RENATO ALARCÃO


DÊ LIVROS DE PRESENTE!

                                      SITE DA EDITORA: http://editora.cepe.com.br

INDICAÇÃO: 10 anos (leitor fluente)

44 PÁGINAS

FINALISTA DO PRÊMIO BARCO A VAPOR (2016)

III PRÊMIO CEPE NACIONAL DE LITERATURA (2018)- 1º lugar  
(CATEGORIA INFANTOJUVENIL)

INDICADO PELA FNLIJ (FUNDAÇÃO NACIONAL DO LIVRO INFANTIL
E JUVENIL) PARA O  CATÁLOGO DA  FEIRA DO LIVRO INFANTIL DE
BOLONHA - ITÁLIA (2019)

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O título  do  livro  A  COISA BRUTAMONTES, escrito por  RENATA PENZANI  e 
ilustrado  por  RENATO  ALARCÃO, “põe asas  no  leitor”. Além disso, a  todo
instante, ele  é surpreendido  por perguntas, que  se espalham pelas  páginas 
do livro. A COISA BRUTAMONTES é um livro-interrogação, que abre caminho
para   a procura  de respostas  para  as perguntas e   que   desfaz  os  tabus a 
respeito de temas delicados como a morte. Como falar sobre a  morte com as
crianças?

A partir do ponto de vista  de quem conta uma história, pode se enxergar fatos
e acontecimentos que outros não viram. Neste livro, quem conta,  para  o leitor,
a história, é Cícero, um menino de 11 anos, que não faz mais do que indagar-se 
para tentar descobrir  os sentidos possíveis  de  tudo   o que  o cerca, sentidos 
estes que  se escondem  em muitas perguntas: Há  um lugar para ser  criança e
outro para ser velho?  A velhice tem um lugar?  A infância um dia acaba? Perto
ou longe são palavras desconhecidas?



                     "Ele estava ali - impossível que não o vissem! Um
                    rinoceronte  enorme, desconjuntado, peixe fora d'água.
                    Mesmo eu, que tenho só 11 anos, sei reconhecer 
                    alguma coisa assim tão fora do lugar. Estava ali para
                    quem quisesse ver, bem no meio da sala,
                    interrompendo o vaivém das pessoas, que agiam como
                    se nada incômodo ocupasse aquele lugar com cheiro de 
                    flor; não queriam esticar a vista para nada além do que
                    já conheciam. Não sabiam mexer nas coisas
                    inexplicáveis, e ainda assim olhavam para elas de cima,
                    com seus olhares adultos, distribuindo respostas onde
                    não cabiam nem as perguntas. E então o rinoceronte:
                    descabido, inesperado, sem sentido. Tanto as pessoas o
                    ignoravam que o absurdo da história que eu vou contar
                    quase que nem tem a ver com ele.



                    A primeira vez que me disseram "Maria morreu",
                    meu coração reclamou, quis pular fora do peito.
                    Precisaram repetir: morta. Mas morta como, se para
                    mim ela continuava?

                    E ia continuando. Mesmo ali, na hora da despedida.
                    Ali, com a mesma cara de sempre. O mesmo vestido
                    florido despertando vontade de menta. Ali,
                    com o cheiro de água de colônia. As unhas pintadas de
                    cor-de-rosa. Até que chegaram para levá-la e Maria já
                    não ia mais estar. Eu conseguia superar a palavra
                    "morta" porque tinha "viva" dentro de mim. Mas
                    como eu ia fazer pra superar o "longe"?

                    Se o perto um dia acaba, longe é pra sempre?"


De uma forma inesperada, surgiu a identificação e o afeto entre Cícero,
um menino de onze anos e Maria, uma octogenária. Ninguém entendeu
nada, nem Cícero, que tendo de lidar com sentimentos desconhecidos,
acabou descobrindo  que   todo mundo  tem  seu tempo de  ‘funcionar’. 
Tudo tem seu tempo -  as coisas e as pessoas. Cícero descobriu, então,
que a vida é feita de coisas brutamontes. Cícero entendeu isto, quando  
disseram para ele: Maria morreu. Entendeu, também, que uma dor nem
sempre tem explicação.

O estilo primoroso da escritora  RENATA PENZANI chama  a atenção do
leitor.  Elaborado  de  forma   poética,  repleto  de  imagens,  ele  acorda 
emoções, num  texto desafiador,  que  mistura  elementos  do  real  e do
imaginário e que  convida  o leitor  a refletir, também,  questões  de  sua
própria vida.

O livro  A COISA  BRUTAMONTES  toca o coração do leitor. Ele imprime
sentimentos que irão ecoar mesmo depois que o leitor fechar o livro.


ILUSTRAÇÃO:




As ilustrações  de ALARCÃO  valorizam  a narrativa, em prosa poética, 
de RENATA  PENZANI.  

Para  contribuir  com  o clima melancólico  da história, o artista utilizou
nuances  do tom sépia  e obteve  um resultado muito  expressivo.  


AUTORES: