domingo, 25 de novembro de 2018

HISTÓRIAS DE OUVIR DA ÁFRICA FABULOSA de CARLOS ALBERTO DE CARVALHO e FABIO MACIEL (EDITORA IMPERIAL NOVO MILÊNIO)



DÊ LIVROS DE PRESENTE!


                                  SITE DA EDITORA: https://www.imperiallivros.com.br


INDICAÇÃO: a partir de 10 anos (leitor fluente)

64 PÁGINAS

LIVRO SELECIONADO PELO PNLD LITERÁRIO 2018.

              “Nas sociedades tradicionais africanas, toda aprendizagem se dá
            pela oralidade: os mais velhos são os griôs, guardiões da tradição,
            os   contadores  de   histórias   que   conservam  e   transmitem  o 
            conhecimento aos mais novos, mantendo a memória viva.”

                                                  CLAUDIA FABIANA DE OLIVEIRA CARDOSO
                                                  (Professora de Literatura dos Ensinos Médio
                                                  e Superior / Mestra em  Literaturas Africanas
                                                  de Língua Portuguesa)       
             
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O livro HISTÓRIAS DE OUVIR DA ÁFRICA FABULOSA tem o mérito de reunir, neste
exemplar,  seis  contos,  recolhidos  da  tradição  oral.  Situar  essas  histórias, que
atravessaram  o  tempo,  em  novos  espaços, em  novas   versões  de  recontos,  é
maravilhoso, é fascinante.


As histórias recontadas, aqui, são as seguintes:

Para abrir este  livro,  CARLOS ALBERTO DE CARVALHO  selecionou  e  recontou a 
história  A FILHA DO SOL  E  DA LUA. O  conto narra  a  história  de  Kia-Tumba,  um 
jovem  bonito,  que  não  tinha  interesse  por nenhuma  mulher  da Terra.  O que  ele 
queria mesmo era casar com Dilla, a  filha do Sol e da Lua. Mas  como  ir  até  o  Céu
pedir a mão de Dilla  em casamento?  Kia-Tumba  escreveu uma carta  ao  Sol e saiu 
de casa  a fim  de  procurar  o melhor  mensageiro  para  contatar  o Sol.  Kia-Tumba
conseguirá enviar esta e outras mensagens  para o Sol?  Ele terá a ajuda de  alguém
para realizar seus feitos? E o sonho de casar com Dilla se tornará realidade?

               "- Não me agradam essas garotas, não me caso com mulher da Terra.
                 Perplexo, o pai insistiu:
                 - Ora, com quem, então, tu pretendes, posso saber?
                 - Se é mesmo  preciso que  eu me case, então, quero a filha do Sol e
                 da Lua."
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Já no segundo conto do livro  O  GÊNIO  DO  RIO, o leitor vai  conhecer a história de
Ghiase, que numa festa, avista, pela primeira vez,  a jovem  Eme,  conhecida por sua
beleza.  Encantado, saiu  em  direção  da  jovem.  O  pai da  jovem quis  saber  o que
Ghiase queria com Eme e ele respondeu: - Quero a mão de sua filha  em casamento!
Surpreendentemente, o pai concedeu a mão de sua  filha  ao jovem Ghiase. Para que
os jovens  noivos se  conhecessem melhor, o  pai  de Eme  organizou   uma comitiva 
para que a noiva visitasse a casa de seu noivo Ghiase, em outra aldeia. Para mostrar
que tinha  posses, comprou  até  uma  escrava  para  que ela  acompanhasse, Eme  e
sua irmã caçula, na comitiva. No  meio do  caminho, Eme  resolveu  se refrescar  nas 
águas de um rio. A escrava, que olhava sempre para Eme com ódio, conhecia  muito
bem o poder do gênio do rio e resolveu empurrá-la para  ele. E assim, Eme foi levada
para o  fundo  do  rio,  em  meio ao  redemoinho  das  águas. A escrava,  usurpadora,
tomou o lugar de Eme na comitiva. Conseguirá Eme se desvencilhar do gênio  do rio
e se casar com Ghiase?

             "O povo do lugar conta  que nenhuma moça  bonita se  aproxima de um
               rio quando suas águas formam um redemoinho porque um gênio pode
               aprisioná-la para sempre."
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JIMA E O ANEL MÁGICO é o terceiro  reconto  do livro. Ele  gira  em torno da vida de
Jima e sua mãe. Eles viviam em uma situação de quase fome, numa pequena  aldeia
africana. Um dia, Jima pediu à  mãe um pouco de pó de  ouro para  trocar por sal  na
aldeia próxima da praia. O menino pediu um assuane,  trinta gramas de  ouro. A mãe, 
preocupada,  pediu  que   ele  não  gastasse   o  ouro  com  bobagens.   No  caminho,
Jima viu um  homem  com  um cachorro  e resolveu  comprá-lo.  Passados uns  dias,
Jima pediu mais um pouco de pó de ouro e saiu de casa levando dois assuanes para
adquirir  umas  mercadorias  para  comercializar.  Com  aquele  pó  de  ouro,  acabou 
comprando um gato, que parecia sofrer no colo de seu dono. A mãe não gostou, mas
parou de reclamar do que já não tinha jeito. Passados uns quarenta dias, Jima  pediu
os três últimos assuanes de pó de ouro que restavam. Jima  partiu com o  pó de ouro
e logo, voltou  para casa, levando, agora, um pombo  na  mão. Os dias passavam. Os
animais comprados não traziam alegria alguma  para Jima. O pombo, um dia, pousou
no ombro de Jima e pediu que o menino o levasse de volta para  sua aldeia.  Ele seria bem recompensado por isto. Jima recebeu um anel mágico e um saquinho com pó de
ouro. Os  presentes mudaram  a vida de  Jima, de sua  mãe e do povo daquela aldeia,
mas trouxeram, também, cobiça, inveja e ciladas.O cachorro e  o gato comprados por Jima  demonstraram ser fiéis e ajudaram Jima a se livrar dos inimigos.

              "Assim foi  feito e acontece até hoje aos gatos e cães. São companheiros
               fiéis e leais do homem e, entre todos os animais, são os  preferidos  para
               viver em seus lares."
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O  reconto  O  GUERREIRO  FORTE  E  TERRÍVEL  traz  situações que  põem à  prova 
a força de alguns animais e a astúcia de outros. Esta quarta história do livro traz uma
narrativa vivida por animais com comportamentos humanos. 
Por causa de uma chuva forte, com vento frio e seco, uma larva foi se abrigar na toca
de uma lebre, que estava ausente. Ao voltar para casa, a lebre percebeu  rastros bem
na entrada de casa. - Quem está na minha toca? - gritou  a  lebre. A  larva respondeu:
- Eu, um guerreiro forte e terrível! A lebre, com muito medo, foi  procurar ajuda. Falou
com um chacal, com um leopardo, com um rinoceronte, com um  elefante, mas todos
acabaram dando  uma  desculpa  e partiram  sem  prestar ajuda. A  lebre pensava em
desistir, quando  apareceu  alguém querendo  ajudá-la.  Será  que a  lebre conseguirá
expulsar o  invasor  ou  invasora  de  sua casa? O  desfecho  surpreenderá  o leitor  e
deixará uma  lição.

               "Nem sempre o tamanho e a força são fundamentais. Inteligência e astúcia
                ajudam muito mais."
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O CAÇADOR CEGO, quinto  reconto  do livro, traz  a história  de  Bonga,  um homem
cego,  que vivia  com  sua irmã Tina, numa  aldeia africana.  Apesar da  pobreza, eles 
eram  muito  felizes.  Bonga  tinha  fama  de  milagreiro  e  por  isso,  recebia   muitas
visitas  de  pessoas que  queriam receber  conselhos  e  conhecer  as  previsões que
Bonga fazia. Além disso, o rapaz transmitia muita paz para os visitantes.
Meru, um  caçador de  uma outra aldeia, pediu Tina  em casamento. Ela disse que iria
aceitar o pedido se Bonga fosse morar com eles, depois  do  casamento. O noivo não
gostou da condição, pois achava que Bonga seria um peso em suas vidas. 
Bonga  disse que  queria ajudar nas  despesas, pois sabia caçar. Meru duvidou e não
queria saber  de  Bonga por perto. Meru costumava  resmungar: - Para que serve um 
homem cego numa caçada? 
Um dia, Meru resolveu levar Bonga em uma de suas caçadas. Algo vai acontecer que 
vai mudar o coração de Meru. O que será? Meru que tinha  Bonga como  um peso em
sua vida, vai se tornar o maior amigo de Bonga.

                 "Meru  tornou-se  o  maior  amigo  de  Bonga  e  quando  as  pessoas  lhe
                  perguntavam como um homem cego  conseguia  saber de  tantas coisas,
                  ele respondia, prontamente: 
                  - É porque ele enxerga com os ouvidos e ouve com o coração."
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O último reconto do livro chama-se - O  MENINO  DE OURO E  O MENINO  DE PRATA.
Ele  traz  a história  de Niame, o mais poderoso dos feiticeiros, que vivia em um lugar
paradisíaco, bem no coração da  África. Apesar  de feliz,  Niame  sentia  falta  de uma
esposa, para dividir com ele os momentos de solidão. O desejo  do  feiticeiro acabou
se espalhando. Muitas pretendentes apareceram para um encontro. Niame consultou
os   mais  velhos  sábios,  o  seu  próprio  oráculo,  seus  familiares,  as  suas  fontes espirituais e decidiu: iria se encontrar com  as moças  mais belas, de tribos  que  não fossem distantes. Somente  quatro  moças  lhe  chamaram  a atenção: Aroco, Kalula,
Kitale e Lanine. Niame escolheu a última pretendente entrevistada. Lanine disse que,
se  fosse escolhida    para ser esposa de   Niame, daria a ele um filho todo de ouro. A
escolha  de  Lanine  por Niame provocou  inveja  em  Aroco,  que  escolhida  para ser
dama  de  companhia  de  Lanine,  disse: - Nada de  bom desejo  para  aquela  infeliz!  Disfarçando seus sentimentos, Aroco ajudou  nos preparativos  do casamento. Após
alguns meses, Lanine anunciou sua gravidez. Niame  foi  viajar  e  a viagem demorou
mais que o planejado. Numa noite, Lanine deu  à luz  a duas crianças: uma de ouro e
a outra de prata. Aroco com muita inveja , apoderou-se das crianças. 
O que irá acontecer com as crianças? E a malvada Aroco receberá algum castigo?

               "O dois filhos de Niame e Lanine cresceram e se tornaram homens de bem.
                 feiticeiros poderosos como o pai.Toda vez que se banham no  grande  rio,
                 um bocado de seu pó de ouro e de prata chega   até os mortais  que, com
                 sorte  de encontrá-lo, enriquecem."   



Os recontos do livro  HISTÓRIAS  DE  OUVIR  DA  ÁFRICA  FABULOSA,  trazidos por 
CARLOS  ALBERTO  DE  CARVALHO,  juntam lembranças, sentimentos, fantasia e o
poder da imaginação para revelar a riqueza fabulosa do imaginário do povo africano.

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ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE AS ILUSTRAÇÕES DE FÁBIO MACIEL E PROJETO GRÁFICO DE VANDERLEI SADRACK:

Merece  atenção as ilustrações de FABIO MACIEL.  Figuras em  silhuetas  passeiam
pelas   páginas   do  livro,  de  forma  expressiva, onde  percebe-se, ora  a utilização
das  técnicas  de  carimbo  e  estêncil  e  ora o  jogo  com  as cores  de  fundo , com  sobreposições de tintas.                                                                                                                               
Neste  trabalho, nota-se  o  jogo  de cores  fortes. Em  algumas  páginas,  como nas
folhas  de  guarda,  há  a  alternância  de  uma página, na cor preta, com outra, com
elementos africanos, em tons terrosos e avermelhados.

O início de cada reconto é marcado  por  uma faixa,  com elementos geométricos em vermelho, sobre fundo de página, na cor branca. O uso de letras capitulares marcam,
também, o início de cada história. 

Desenhos  como uma rã, um peixe, um  gato,  um  rinoceronte,   um  elefante,  vasos
de  cerâmica, pequenas vinhetas estilizadas, marcam o fim de cada reconto. 


OS AUTORES:


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