DÊ LIVROS DE PRESENTE!
INDICAÇÃO: a partir de 8 anos (leitor em processo)
28 PÁGINAS
“ Entre algumas comunidades africanas, quando um narrador chega ao
final de uma história, põe a palma da mão no chão e diz: aqui deixo
a minha história para que outro a leve.”
María Teresa Andruetto
(Escritora argentina - escreveu poemas, romances,
teatro e livros infantis. Em 2012, recebeu a medalha
Hans Christian Andersen, por sua contribuição à
literatura infantil.)
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As histórias de ‘ouvir contar’, da literatura oral popular, que correm de boca em
boca, atravessam o tempo e são enriquecidas de novos detalhes, segundo a
imaginação e estilo do narrador, ganham, com os acréscimos, um novo colorido,
quando se transformam em novas versões.
O VAQUEIRO QUE NUNCA MENTIA, UM CONTO POPULAR BRASILEIRO - versão
escrita por ILAN BRENMAN e lindamente ilustrado por ROSINHA - é um conto
tradicional, resgatado da literatura oral, para, aqui, encantar as crianças e mostrar
a elas a tradição popular e a sensibilidade do povo brasileiro.
A narrativa conta a curiosa história de Severino, o vaqueiro de um rei, de um reino
distante do sertão nordestino.
"Num reino distante, nos confins do sertão nordestino, um rei possuía
tantas vacas e bois como estrelas no céu. Mas como qualquer ser
comum, o rei tinha seu animal preferido: o boi Haroldo, um animal
garboso, lustroso, luxuoso, enfim, MARAVILHOSO.
Além de amar esse animal, o rei gostava do homem que cuidava dele:
o vaqueiro Severino. Ele dizia sempre em alto e bom som:
- Não existe no meu reino homem mais honesto do que Severino, o
vaqueiro do rei!”
A honestidade do vaqueiro Severino e a estima do rei por ele causavam inveja a
muitos. O mais invejoso de todos era Josué, o rico conselheiro do soberano.
No último ano, depois do encontro de Severino com o rei, o conselheiro quis
testar a honestidade do vaqueiro.
"- Majestade, você diz que este homem nunca mentiu na vida, vamos
apostar que ano que vem, quando Severino voltar, ele mentirá?
O rei não gostou nadinha daquela proposta, mas decidiu aceitá-la e apostou dez
mil moedas de ouro. Imagine.
O texto de ILAN BRENMAN, escrito com apuro de linguagem, é enxuto e está bem
distribuído pelas páginas do livro. Ele desfia uma série de ações praticadas pelo
conselheiro Josué para preparar uma cilada para o vaqueiro. Fica, aqui, uma pergunta: Severino conseguirá escapar da cilada preparada por Josué?
Acontece que Severino resolveu essa situação de uma maneira surpreendente.
Vale conferir.
O leitor não precisará enxergar muito longe para reconhecer, no dia a dia, situação
semelhante à vivida pelo personagem Severino. Assim, no final do livro, terá uma
valiosa oportunidade de refletir sobre a vida e sobre a importância de ser honesto.
ILUSTRAÇÕES:
ALGUMAS OBSERVAÇÕES:
.As ilustrações de ROSINHA despertam, desde a capa do livro, a atenção do leitor
e fazem com que ele mergulhe, com mais intensidade, no texto de ILAN BRENMAN.
.O traço da artista busca linhas básicas e, também, a simplicidade.
.No miolo do livro, a caracterização dos personagens instiga o leitor e amplia o
seu imaginário: o tamanho do chifre do boi Haroldo, o nariz 'enooorme' de alguns
personagens, a forma exageradamente alongada de uns e apequenada de outros,
a expressividade do olhar dos personagens...
.A composição dos cenários encanta: muita cor e poucos detalhes. É o menos que
é mais.
.ROSINHA apostou em várias cores para os fundos de páginas: utilizou desde o
branco até os tons terrosos, contrapondo com a cor lilás.
.A artista apostou, também, nas texturas. Na parte interna da capa do livro, usou a sobreposição de tintas e obteve um belo resultado.
.O tratamento gráfico revela um projeto cuidadoso.
.Dá gosto passear pelas páginas deste livro! As ilustrações são um presente para
o leitor!
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