SELO ESCARLATE (voltado para o público infantojuvenil)
Livro lançado também na versão digital e-book.
INDICAÇÃO: a partir de 8 anos (leitor em processo)
196 PÁGINAS
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A LENDA DO VIOLEIRO INVEJOSO, romance de aventuras, escrito e ilustrado
por FÁBIO SOMBRA, conta uma história de disputa entre dois irmãos - Balbino
e Marcolino, afilhados de mestre Juvenal, que era violeiro, cantador e que fazia
versos como ninguém.
O meu nome é Juvenal,
É assim que eu me apresento.
Eu sou bravo como um touro.
Sou ligeiro feito o vento.
Sou ligeiro feito o vento.
Na poesia sou mais forte
Do que o coice de um jumento.
Mestre Juvenal era respeitado por todos. Por causa da idade avançada, passou
a caminhar com dificuldade e por isso, a sua grande distração passou a ser -
ensinar os segredos de sua arte aos afilhados - Balbino e Marcolino - os gêmeos,
que foram deixados, na sua porta, dentro de um cesto, numa noite de Natal.
Os meninos, agora, com doze anos, demonstraram, desde cedo, jeito para fazer
versos e tocar viola. Balbino era um bom poeta, mas Marcolino era três vezes
melhor. Foi por causa do talento de Marcolino, que brotou o ciúme no coração de
Balbino.
Para ser um cantador famoso e melhor que Marcolino, Balbino resolveu vender
sua alma para o diabo. Em troca, recebeu uma viola mágica. Balbino, possuído
pelo demônio, agrediu o mestre Juvenal e tirou, do irmão Marcolino, a luz dos
olhos dele. Marcolino ficou cego e Balbino foi expulso de casa.
O mundo deu muitas voltas e muitas coisas aconteceram. Anos mais tarde, os
irmãos Balbino e Marcolino voltaram a se encontrar e partiram para uma disputa.
"Às cinco em ponto, os sinos da igreja repicaram e a peleja teve início. O pandeiro
puxou uma batida cadenciada e as duas violas o acompanharam. Ia começar a
apresentação dos competidores. Balbino achava que teria mais chances se
partisse logo para o ataque e, por isto, foi o primeiro a cantar:
Sou Balbino, cantador,
Violeiro respeitado.
Em disputa de peleja,
Eu sou mestre renomado.
Tenho a força do tufão,
Tenho o giro do tornado,
A ciência do sabido
E a coragem do soldado.
Era uma boa linha de apresentação. Marcolino franziu a testa enquanto pensava
na resposta. E então devolveu:
E eu me chamo Marcolino
De Balbino sou irmão.
Só que tenho mais juízo
E mais imaginação.
Sabe-tudo não me assusta
Sabe-tudo não me assusta
Nem tornado, nem tufão.
Eu derrubo dez soldados
Com o dedinho de uma mão.
Eu derrubo dez soldados
Com o dedinho de uma mão.
A multidão irrompeu em aplausos. As pessoas balançavam a cabeça em aprovação.
Parecia que, finalmente, o regente encontra um oponente à altura. Então Balbino
voltou ao ataque, agora com estrofes de seis versos:
Parecia que, finalmente, o regente encontra um oponente à altura. Então Balbino
voltou ao ataque, agora com estrofes de seis versos:
De você não tenho medo,
Eu sou homem decidido.
Eu mastigo ferro em brasa,
Bebo chumbo derretido.
E não ligo para bravata
De qualquer desconhecido.
Bebo chumbo derretido.
E não ligo para bravata
De qualquer desconhecido.
Marcolino deu um muxoxo de desprezo e respondeu:
Eu não sei mastigar ferro
E nem chumbo sei beber.
Isto é coisa de violeiro
Que não tem o que fazer
E só quer contar vantagem
Para poder aparecer.
Eu não sei mastigar ferro
E nem chumbo sei beber.
Isto é coisa de violeiro
Que não tem o que fazer
E só quer contar vantagem
Para poder aparecer.
Mais uma vez a multidão demonstrou sua aprovação. Aquele Marcolino Brás era
mesmo um senhor cantador!"
Quem vencerá esta peleja?
Quem aposta em Balbino? Quem aposta em Marcolino?
constatar a aura mágica da fantasia do imaginário popular (cavaleiros e
princesas / o Reino encantado de Barabu, uma terra de castelos no meio do
sertão brasileiro / o Diabo / a viola mágica / o Bem e o Mal...) e elementos da
cultura popular brasileira (os desafios de viola e os folhetins de literatura de
cordel).
ILUSTRAÇÕES:
As ilustrações do miolo do livro são em preto & branco e lembram as
xilogravuras dos livros de literatura de cordel.
O AUTOR:
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