40 PÁGINAS
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A coleção CORDÉIS DE ARREPIAR, da editora IMEPH, de Fortaleza, criada e
coordenada por ARLENE HOLANDA e pelo poeta ROUXINOL DO RINARÉ,
apresenta contos populares da tradição oral de vários povos. Os 2 primeiros
volumes reúnem contos da África e da América.
O terceiro volume traz contos disseminados pelo continente europeu.Trata-se
do livro CORDÉIS DE ARREPIAR (EUROPA), que reúne 3 textos, escritos pelo
poeta e pesquisador MARCO HAURÉLIO e ilustrado por EDUSÁ e está entre
as 10 obras finalistas do PRÊMIO JABUTI - 2017, categoria adaptação.
Saiba mais sobre os 3 contos do livro CORDÉIS DE ARREPIAR (EUROPA):
- TEIG O'KANE E O CADÁVER
É um conto sobrenatural que William Butler Yeats (1865-1939), poeta e coletor
das tradições populares de seu país, a Irlanda, incluiu na coletânea Fairy and Folk
Tales of the Irish Peasantry (Contos de fadas e folclóricos da Irlanda rural).
A presença dos anões transportando o cadáver é o traço cultural celta mais
evidente. É preciso ressaltar que a palavra fada, que remete, em latim, ao destino,
fatum, se aplica aos anões, verdadeiros agentes da transformação por que passa
o protagonista em sua jornada noturna.A estrofe inicial já remete à prova a que se submeterão protagonista:
Com passo ligeiro ou tardo,
Terá de levar um dia
Da vida o pesado fardo
E, após mirar o rival,
Sentir em si mesmo o
- HISTÓRIA DO FILHO INGRATO
É um conto de exemplo que aparece em coletâneas europeias antes do século XIV,
conforme Bráulio do Nascimento (Estudos do conto popular). Em sua versão
mais famosa, o filho expulsa o pai de casa, oferecendo-lhe apenas uma manta
para que se cubra. O filho ainda pequeno do ingrato pede ao avô a manta, divide-a
no meio e diz ao pai que guardará aquela parte para quando chegar vez dele.
O motivo, corrente na tradição oral do Brasil, inspirou um clássico da música
sertaneja, “Couro de boi”, composto por Teddy Vieira.
O conto adaptado para o cordel foi recolhido na Alemanha pelos Irmãos Grimm,
que o publicou em sua coletânea Contos da criança e do lar.
É um defeito medonho.
Quem trata mal os seus pais
Terá um viver tristonho,
Pois a quem nos deu a vida
Não se ofende nem no sonho."
Quem trata mal os seus pais
Terá um viver tristonho,
Pois a quem nos deu a vida
Não se ofende nem no sonho."
- MARÚSIA E O VAMPIRO
É conto de horror mesclado a elementos de narrativas maravilhosas, a exemplo do
episódio da morte e renascimento da heroína, presente em inúmeras histórias, a
mais antiga delas “Os dois irmãos”, conto egípcio de mais de três mil anos.
O vampiro do conto de que nos servimos, coletado por Aleksandr Afanas’ev (1826-
1871) e incluído nos Contos de fadas russos, difere do personagem massificado
pelo cinema a partir do romance gótico Drácula, do escritor irlandês Bram Stoker,
publicado em 1897.
Os povos eslavos (búlgaros, montenegrinos, bósnios, sérvios etc.) conheciam
muitas classes de vampiros, mesmo antes da conversão de muitos deles ao cristianismo ou ao islamismo. A origem da crença em vampiros é obscura, mas se
enquadra no medo ancestral incutido pelo possível retorno de um defunto que,
para conservar uma ilusória sobrevida, se alimentava de fluidos vitais.
"Num reino muito distante,
Num tempo mais longe ainda,
Vivia um casal de velhos
Com sua filha tão linda
Que em toda festa da aldeia
Era presença bem-vinda."
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