DÊ LIVROS DE PRESENTE!
INDICAÇÃO: 10 anos (leitor fluente)
44 PÁGINAS
FINALISTA DO PRÊMIO BARCO A VAPOR (2016)
III PRÊMIO CEPE NACIONAL DE LITERATURA (2018)- 1º lugar
(CATEGORIA INFANTOJUVENIL)
INDICADO PELA FNLIJ (FUNDAÇÃO NACIONAL DO LIVRO INFANTIL
E JUVENIL) PARA O CATÁLOGO DA FEIRA DO LIVRO INFANTIL DE
BOLONHA - ITÁLIA (2019)
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O título do livro A COISA BRUTAMONTES, escrito por RENATA PENZANI e
ilustrado por RENATO ALARCÃO, “põe asas no leitor”. Além disso, a todo
instante, ele é surpreendido por perguntas, que se espalham pelas páginas
do livro. A COISA BRUTAMONTES é um livro-interrogação, que abre caminho
para a procura de respostas para as perguntas e que desfaz os tabus a
respeito de temas delicados como a morte. Como falar sobre a morte com as
crianças?
A partir do ponto de vista de quem conta uma história, pode se enxergar fatos
e acontecimentos que outros não viram. Neste livro, quem conta, para o leitor,
a história, é Cícero, um menino de 11 anos, que não faz mais do que indagar-se
para tentar descobrir os sentidos possíveis de tudo o que o cerca, sentidos
estes que se escondem em muitas perguntas: Há um lugar para ser criança e
outro para ser velho? A velhice tem um lugar? A infância um dia acaba? Perto
ou longe são palavras desconhecidas?
"Ele estava ali - impossível que não o vissem! Um
rinoceronte enorme, desconjuntado, peixe fora d'água.
Mesmo eu, que tenho só 11 anos, sei reconhecer
alguma coisa assim tão fora do lugar. Estava ali para
quem quisesse ver, bem no meio da sala,
interrompendo o vaivém das pessoas, que agiam como
se nada incômodo ocupasse aquele lugar com cheiro de
flor; não queriam esticar a vista para nada além do que
já conheciam. Não sabiam mexer nas coisas
inexplicáveis, e ainda assim olhavam para elas de cima,
com seus olhares adultos, distribuindo respostas onde
não cabiam nem as perguntas. E então o rinoceronte:
descabido, inesperado, sem sentido. Tanto as pessoas o
ignoravam que o absurdo da história que eu vou contar
quase que nem tem a ver com ele.
A primeira vez que me disseram "Maria morreu",
meu coração reclamou, quis pular fora do peito.
Precisaram repetir: morta. Mas morta como, se para
mim ela continuava?
E ia continuando. Mesmo ali, na hora da despedida.
Ali, com a mesma cara de sempre. O mesmo vestido
florido despertando vontade de menta. Ali,
com o cheiro de água de colônia. As unhas pintadas de
cor-de-rosa. Até que chegaram para levá-la e Maria já
não ia mais estar. Eu conseguia superar a palavra
"morta" porque tinha "viva" dentro de mim. Mas
como eu ia fazer pra superar o "longe"?
Se o perto um dia acaba, longe é pra sempre?"
De uma forma inesperada, surgiu a identificação e o afeto entre Cícero,
um menino de onze anos e Maria, uma octogenária. Ninguém entendeu
nada, nem Cícero, que tendo de lidar com sentimentos desconhecidos,
acabou descobrindo que todo mundo tem seu tempo de ‘funcionar’.
Tudo tem seu tempo - as coisas e as pessoas. Cícero descobriu, então,
que a vida é feita de coisas brutamontes. Cícero entendeu isto, quando
disseram para ele: Maria morreu. Entendeu, também, que uma dor nem
sempre tem explicação.
O estilo primoroso da escritora RENATA PENZANI chama a atenção do
leitor. Elaborado de forma poética, repleto de imagens, ele acorda
emoções, num texto desafiador, que mistura elementos do real e do
imaginário e que convida o leitor a refletir, também, questões de sua
própria vida.
O livro A COISA BRUTAMONTES toca o coração do leitor. Ele imprime
sentimentos que irão ecoar mesmo depois que o leitor fechar o livro.
ILUSTRAÇÃO:
As ilustrações de ALARCÃO valorizam a narrativa, em prosa poética,
de RENATA PENZANI.
Para contribuir com o clima melancólico da história, o artista utilizou
nuances do tom sépia e obteve um resultado muito expressivo.
AUTORES:
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