sexta-feira, 31 de maio de 2019

UM LANÇAMENTO DA CEPE EDITORA: A COISA BRUTAMONTES de RENATA PENZANI e RENATO ALARCÃO


DÊ LIVROS DE PRESENTE!

                                      SITE DA EDITORA: http://editora.cepe.com.br

INDICAÇÃO: 10 anos (leitor fluente)

44 PÁGINAS

FINALISTA DO PRÊMIO BARCO A VAPOR (2016)

III PRÊMIO CEPE NACIONAL DE LITERATURA (2018)- 1º lugar  
(CATEGORIA INFANTOJUVENIL)

INDICADO PELA FNLIJ (FUNDAÇÃO NACIONAL DO LIVRO INFANTIL
E JUVENIL) PARA O  CATÁLOGO DA  FEIRA DO LIVRO INFANTIL DE
BOLONHA - ITÁLIA (2019)

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O título  do  livro  A  COISA BRUTAMONTES, escrito por  RENATA PENZANI  e 
ilustrado  por  RENATO  ALARCÃO, “põe asas  no  leitor”. Além disso, a  todo
instante, ele  é surpreendido  por perguntas, que  se espalham pelas  páginas 
do livro. A COISA BRUTAMONTES é um livro-interrogação, que abre caminho
para   a procura  de respostas  para  as perguntas e   que   desfaz  os  tabus a 
respeito de temas delicados como a morte. Como falar sobre a  morte com as
crianças?

A partir do ponto de vista  de quem conta uma história, pode se enxergar fatos
e acontecimentos que outros não viram. Neste livro, quem conta,  para  o leitor,
a história, é Cícero, um menino de 11 anos, que não faz mais do que indagar-se 
para tentar descobrir  os sentidos possíveis  de  tudo   o que  o cerca, sentidos 
estes que  se escondem  em muitas perguntas: Há  um lugar para ser  criança e
outro para ser velho?  A velhice tem um lugar?  A infância um dia acaba? Perto
ou longe são palavras desconhecidas?



                     "Ele estava ali - impossível que não o vissem! Um
                    rinoceronte  enorme, desconjuntado, peixe fora d'água.
                    Mesmo eu, que tenho só 11 anos, sei reconhecer 
                    alguma coisa assim tão fora do lugar. Estava ali para
                    quem quisesse ver, bem no meio da sala,
                    interrompendo o vaivém das pessoas, que agiam como
                    se nada incômodo ocupasse aquele lugar com cheiro de 
                    flor; não queriam esticar a vista para nada além do que
                    já conheciam. Não sabiam mexer nas coisas
                    inexplicáveis, e ainda assim olhavam para elas de cima,
                    com seus olhares adultos, distribuindo respostas onde
                    não cabiam nem as perguntas. E então o rinoceronte:
                    descabido, inesperado, sem sentido. Tanto as pessoas o
                    ignoravam que o absurdo da história que eu vou contar
                    quase que nem tem a ver com ele.



                    A primeira vez que me disseram "Maria morreu",
                    meu coração reclamou, quis pular fora do peito.
                    Precisaram repetir: morta. Mas morta como, se para
                    mim ela continuava?

                    E ia continuando. Mesmo ali, na hora da despedida.
                    Ali, com a mesma cara de sempre. O mesmo vestido
                    florido despertando vontade de menta. Ali,
                    com o cheiro de água de colônia. As unhas pintadas de
                    cor-de-rosa. Até que chegaram para levá-la e Maria já
                    não ia mais estar. Eu conseguia superar a palavra
                    "morta" porque tinha "viva" dentro de mim. Mas
                    como eu ia fazer pra superar o "longe"?

                    Se o perto um dia acaba, longe é pra sempre?"


De uma forma inesperada, surgiu a identificação e o afeto entre Cícero,
um menino de onze anos e Maria, uma octogenária. Ninguém entendeu
nada, nem Cícero, que tendo de lidar com sentimentos desconhecidos,
acabou descobrindo  que   todo mundo  tem  seu tempo de  ‘funcionar’. 
Tudo tem seu tempo -  as coisas e as pessoas. Cícero descobriu, então,
que a vida é feita de coisas brutamontes. Cícero entendeu isto, quando  
disseram para ele: Maria morreu. Entendeu, também, que uma dor nem
sempre tem explicação.

O estilo primoroso da escritora  RENATA PENZANI chama  a atenção do
leitor.  Elaborado  de  forma   poética,  repleto  de  imagens,  ele  acorda 
emoções, num  texto desafiador,  que  mistura  elementos  do  real  e do
imaginário e que  convida  o leitor  a refletir, também,  questões  de  sua
própria vida.

O livro  A COISA  BRUTAMONTES  toca o coração do leitor. Ele imprime
sentimentos que irão ecoar mesmo depois que o leitor fechar o livro.


ILUSTRAÇÃO:




As ilustrações  de ALARCÃO  valorizam  a narrativa, em prosa poética, 
de RENATA  PENZANI.  

Para  contribuir  com  o clima melancólico  da história, o artista utilizou
nuances  do tom sépia  e obteve  um resultado muito  expressivo.  


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