INDICAÇÃO: a partir de 12 anos (leitor crítico)
38 PÁGINAS
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O premiadíssimo autor ANTONIO JURACI SIQUEIRA, natural do estado do Pará,
na capa do seu livro, já avisa: AUMENTEI, MAS NÃO MENTI e no miolo do livro
apresenta duas narrativas-poéticas, bem ao estilo do Cordel:
- O MITO DA CRIAÇÃO DA NOITE
- O MITO DA CRIAÇÃO DOS RIOS DA ILHA DO MARAJÓ.
ANTONIO JURACI SIQUEIRA escreveu a primeira narrativa - O Mito da Criação
da Noite em sextilhas heptassilábicas, no esquema de rimas - xaxaxa. A história
foi coletada da cultura dos povos Tupi. Sabe-se que ela foi publicada, em 1935,
pelo general Couto de Magalhães, no livro O Selvagem.
Aqui, em AUMENTEI, MAS NÃO MENTI, ANTONIO JURACI SIQUEIRA desenvolve
esta história, ao seu jeito, para mostrar como a noite surgiu com seu manto
escuro, para cobrir a face do sol. Naquele tempo, a noite ainda não existia.
Cá estou de pena em punho
nas brenhas do imaginário,
nas matas densas do verbo,
refém do vocabulário,
para contar uma história
de um passado extraordinário.
Uma história fabulosa,
cheia de ação e magia,
quando o Tempo era menino
e o real e a fantasia
desfilavam de mãos dadas
na passarela do dia.
Essa lenda foi contada
pelos nossos ancestrais
e diz de um fato assombroso
no reino do nunca mais,
tempo em que o dia reinava
sozinho sobre os mortais.
Em 33 estrofes, o autor apresenta um texto, de forma fantasiosa e, ao mesmo
tempo, com uma forte carga poética. A narrativa traz embutida a história da
filha da Cobra Grande. Ela se casou, mas disse ao marido, que para amá-lo,
queria o véu escuro da noite. Exigiu, que ele mandasse buscar a noite, pois
queria muito trocar a claridade do dia pelo esplendor do luar. O marido pediu
que 3 servos procurassem a Cobra Grande, mãe de sua esposa. Ela guardava
a noite adormecida, por anos a fio, num coco de tucumã, nas profundezas do rio.
A missão dependia de sorte e obediência, mas a curiosidade dos servos botou
tudo a perder. O que será que aconteceu? Você, leitor, não pode nem imaginar.
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Já O Mito da Criação dos Rios da Ilha do Marajó foi relatado pelo índio Aruã, o
Severino dos Santos, em 1783, ao naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira. Esta
narrativa é recontada, aqui, pelo autor ANTONIO JURACI SIQUEIRA, em setilhas
heptassilábicas, no seguinte esquema de rimas: xaxabba, como nos versos dos
folhetos de Cordel.
A história contada, em 29 estrofes, explica que, há muito tempo atrás, a ilha do
Marajó não possuía nem nome, nem rios e nem igarapés. A ilha só tinha mesmo
um lago gigante. Em versos, o autor pede que todos embarquem na iguara do
Severino para que possam realizar uma viagem ao passado. É lá, que os leitores
irão descobrir de que maneira os rios da ilha do Marajó surgiram.
Um dia, o velho Aruã,
sentindo-se triste e só,
contou ao sábio esta lenda
ouvida de sua avó,
que fala do nascimento,
num fabuloso momento,
dos rios do Marajó.
Portanto, eu peço que todos,
adulto, velho ou menino,
de olhos fechados embarquem
na igara do Severino
e sigam rumo ao passado,
atrás de um mundo encantado,
entre o lúdico e o divino.
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Ao final do livro, o leitor encontrará um GLOSSÁRIO, que lista, em ordem
alfabética, doze palavras, algumas de origem indígena, como: BOIOÇU,
BOIUNA, CUNHÃ, EMBIRA, IGARA... Este apêndice tem o objetivo de
facilitar, para o leitor, o entendimento dos textos.
AS XILOGRAVURAS:
Nas xilogravuras de NENA BORGES e SILVIO BORGES, os leitores, de
AUMENTEI, MAS NÃO MENTI, poderão, também, como nos versos de
ANTONIO JURACI SIQUEIRA, constatar a aura mágica da fantasia do
imaginário popular.
As ilustrações, em preto sobre fundos de páginas em colorido forte, são
um grande destaque do livro. O recurso utilizado é impactante e valoriza
visualmente os textos de ANTONIO JURACI SIQUEIRA.
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