INDICAÇÃO: a partir de 8 anos (leitor em processo)
32 PÁGINAS
"Ler um texto é instaurar uma situação discursiva. O que também significa
dizer que, desde a capa, essa situação discursiva é inaugurada e, com o
livro nas mãos, os leitores começam a integrar o mundo do autor e um
rico processo de descobertas, que não tem "receita pronta" para acontecer.
Por isso, ao refletir a respeito da capa e quarta capa, do título, das cores e
formas dos desenhos, e da fala da personagem, os leitores podem ampliar
seus diálogos com o livro." MAGDA SOARES
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"Todo menino coleciona alguma coisa: figurinhas,
carrinhos, pedras, medalhas, insetos, moedas, espantos.
Francisco colecionava águas.
Sabia ele que, assim como não existem ares iguais,
pessoas iguais e terras iguais, não existem águas iguais.
As águas eram a certeza de Francisco.
Era tanta água para colecionar!"
Este livro conta a história de Francisco, o colecionador de águas. Ele, vivendo
alegrias e experimentando muitas aventuras, se apresenta, ao mesmo tempo, como
um menino observador e sensível.
O livro, também, com todos os seus atrativos, mostra Francisco convivendo com
as águas, em diversas situações: banho de mangueira, banho de chuva, poças
d'água, mergulho no rio, pescaria ... Por muitos motivos, Francisco sabe aproveitar
estes momentos como ninguém.
Francisco, antes de ser um colecionador de águas, é também um menino-poeta. Ele
reconhece nas águas, que coleciona, as particularidades de cada uma delas. É
capaz de olhar e desvendar, por exemplo, uma desatinada alegria na água do
banho de chuva e ver nas poças d' água formadas, que elas são os olhos que a
chuva deixa, para que a terra fique olhando o céu.
Havia, na realidade, uma quantidade enorme de tipos de água para Francisco
colecionar. Assim, em pouco tempo, Francisco conseguiu formar uma coleção
enorme de águas: água do dia, chuva da noite, água doce, água do mar... Com seu
olhar aguçado de menino-poeta, ele descobriu que as águas tinham seus segredos,
que elas sabiam do que gostavam ou desgostavam e, ainda, que elas, em hipótese
alguma, gostavam de ficar paradas. Neste ponto da narrativa, a história de Francisco
ganha intensidade e abre caminho para leituras diversas.Cabe ao leitor seguir, então,
as águas armazenadas pelo menino Francisco e descobrir o rumo que elas tomaram.
O texto de Elaine Pasquali Cavion é extremamente poético e flui como água. As
palavras, que a escritora utiliza, encharcam de encantamento o coração do leitor.
Atento a tudo o que o cerca, resta ao leitor mergulhar nas entrelinhas, para seguir,
junto com Francisco, o curso das águas.
O LIVRO "O COLECIONADOR DE ÁGUAS" JÁ FOI TRADUZIDO PARA O INGLÊS E O
ESPANHOL.
O LIVRO "O COLECIONADOR DE ÁGUAS" JÁ FOI TRADUZIDO PARA O INGLÊS E O
ESPANHOL.
As ilustrações de Lúcia Hiratsuka imprimem um toque de poesia ao livro O
COLECIONADOR DE ÁGUAS.
A capa do livro traz embutida em si a pergunta: por que a imagem de uma cama
boiando e um menino brincando com um barquinho de papel? A imagem intrigará
o leitor. Este detalhe revelará algo diferente acontecendo. O que será? Para
encontrar as respostas para as perguntas, o leitor deverá ler o texto e observar,
com muita atenção, as imagens.
As aquarelas da artista Lúcia Hiratsuka, tanto para a capa do livro quanto para o
miolo, são extremamente delicadas. Para analisá-las deve-se considerar a relação
entre texto e imagens, que se complementam. Essa harmonia convida o leitor a
soltar a imaginação, para realizar descobertas e dar vida às ideias.
Amplas e na sua maioria, de páginas duplas, as ilustrações de Lúcia Hiratsuka,
propiciam uma rica leitura da narrativa visual.
2 comentários:
Lindo e poético livro....ilustrado com o mesmo olhar sensível e encantador....
Olá! Eni,
Você tem razão. Quanta poesia!
Texto e ilustrações emocionam,
tocam o coração do leitor.
Grata pela visita e comentário.
Beijo
Cristina
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